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domingo, 24 de janeiro de 2010

FILOSOFIA X RELIGIÃO...

Filosofia ou Religião?
É bem verdade que a religião também procura dar certo conforto e auxílio à nossa existência. Mas, como o Estado é laico, ela não deve ser ensinada na escola pública. Cabe então à Filosofia a reflexão acerca dos valores morais. Além do mais, tratando-se de ensinar alguma religião na escola, surge um sério problema: qual delas seria contemplada? O catolicismo, o judaísmo, o candomblé, o espiritismo, o islamismo?
Como se daria a contratação dos professores? Mesmo que se contratasse uma utilizada pluralidade de religiosos, sempre poderia haver algum, de uma seita qualquer, que se sentiria injustiçado por ter sido excluído no processo seletivo. Qual seria o critério utilizado pelo Estado na escolha dos religiosos professores? Como justificar que a verba pública seja destinada ao pagamento do profissional de uma determinada religião e não de outra? Dessa maneira, a controvérsia seria instalada, e o impasse, inevitável.
Mas não teríamos o mesmo problema no ensino da Filosofia? Poder-se-ia objetar que o seu ensino, financiado pelo Estado, para ser justo, teria que incluir a maior diversidade possível de filósofos (marxistas, nietzschianos, freudianos, kantianos, tomistas, platônicos, heideggerianos, etc.). No entanto, há uma diferença fundamental entre Filosofia e Religião: a primeira, ao contrário de segunda , não possui dogmas. Ela pode dispor de alguns conceitos e desprezá-los se não mais servirem à sua análise. Conceitos são ferramentas para pensar e agir, e não dados inquestionáveis. A Filosofia é um pensamento livre que não se prende a categorias que não sejam úteis para avaliar uma situação ou não sirvam para apontar caminhos na direção de uma transformação possível.
A Filosofia busca uma orientação para viver, problematizando as normas vigentes, criticando práticas tão arraigadas na nossa sociedade: competição, propriedade privada, consumismo, individualismo, trabalho alienado, niilismo, narcisismo, exibicionismo, etnocentrismo, etc. Além disso, a Filosofia, diferentemente da Moral, vai buscar uma orientação para nossa conduta sem apelar para valores. Estabelecidos. Ao contrário é de sua natureza não partir de certezas, colocar-se na perspectiva imanente da ignorância, de um não saber que busca o saber, mas que não sabe com segurança o que é certo o que é errado o que é o bom e o mal, o justo e o injusto.
Ao mesmo tempo em que o pensamento formula questões éticas (do sujeito consigo mesmo) também apresenta problemas políticos, isto é aqueles decorrentes da relação que os homens têm entre si.
Numa sociedade de classes, na qual existe uma divisão de grupos e uma hierarquia entre eles, a tensão política é permanente. A violência ou a iminência dela está em toda parte.
Como entender de modo crítico esse jogo de interesses contrários e como é possível transformar essa situação? Com que ferramentas conceituais podem pensar (e virar) esse jogo? Eis, mais uma vez, a tarefa da Filosofia: produzir conceitos que funcionem para pensar o mundo político e social de tal maneira que não haja exclusão de um grupo em benefício de outro, de tal modo que a sociedade não se divida, e que todos sejam contemplados.

2 comentários:

  1. Simplesmente fantástico. vlw salvou meu trabalho ..adeus zero e seja bem vindo um 10

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  2. parabemz pelo seu trabalho

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Um pouco de mim

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Itapetininga, São Paulo, Brazil
Sou professora de história, pedagoga e apaixonada por educação. Pretendo colaborar com os colegas educadores.